đUma Crise de Ansiedade Sabor Cerejađ
TW: MençÔes Ă abuso fĂsico, sexual, emocional e psicolĂłgico
No dia 4 de Fevereiro eu me ofereci como seu jardim.
No dia 8 de Março vocĂȘ prometeu que iria me tratar como seu maior tesouro.
No dia 12 de Abril vocĂȘ encheu os meus pulmĂ”es de ĂĄgua e me fez engolir sementes de cereja.
No dia 16 de Maio vocĂȘ me traiu e nĂŁo pediu desculpas.
No dia 20 de Junho, eu quis arrancar as raĂzes do meu coração com as minhas prĂłprias mĂŁos, mas...
No dia 24 de Julho vocĂȘ mentiu e disse que elas nĂŁo me fariam mal.
No dia 28 de Agosto vocĂȘ me bateu e disse que a culpa era minha.
No dia 37 de... Algum mĂȘs... A cerejeira se prendeu no meu cĂ©rebro. Eu nĂŁo conseguia mais saber o que era real ou falso.
No dia 16 ... VocĂȘ me forçou a te amar contra minha vontade.
No dia 247 da terceira camada do inferno, a flor da cerejeira desabrochou. Eu nĂŁo conseguia mais enxergar sem ela.
No terceiro século do meu tormento, eu te pedi desculpas por não ser um jardim melhor, por não ter te dado frutos.
Na tumba de terra, raĂzes e ĂĄgua que vocĂȘ me enterrou, nasceu uma cereja mais bonita do que todas as outras.
Mas, no dia 16 de Setembro, eu rasguei o meu peito, quebrei minhas costelas
e arranquei a cerejeira que se alimentava do meu sangue e alma.
No dia 4 de Outubro, vocĂȘ viu que a ĂĄrvore tinha morrido.
No dia 8 de Novembro, vocĂȘ chorou, implorou, mentiu e entĂŁo, sumiu.
No dia 12 de Dezembro, eu queimei os seus presentes e as raĂzes-parasitas que sobraram.
VocĂȘ nunca me amou de verdade.
Pra vocĂȘ eu fui apenas nutrientes e calorias. E agora te vejo como o parasita que vocĂȘ sempre foi.
NĂŁo sinto sua falta. Isto Ă© um adeus.